Há uma semana o mercado fonográfico foi sacudido por um imenso terremoto, com o lançamento do 13º disco da banda irlandesa U2. Em um acordo com a Apple – que teria oferecido a quantia de 100 milhões de dólares aos músicos – eles disponibilizaram o CD para download gratuito, aos 500 milhões de usuários do serviço iTunes.
Num primeiro momento, os fãs ficaram muito felizes e correram para conseguir o novo trabalho dos velhos roqueiros. Congestionaram a internet e fizeram, de acordo com dados fornecidos, 33 milhões de downloads em apenas 6 dias, algo fora de qualquer padrão anterior, impossível existir comparação.
Além disso, a discografia oficial da banda foi oferecida a “preços especiais” e levaram quase 20 títulos de Bono, Edge e Cia à lista dos 100 mais vendidos do serviço de download. Outro exemplo de marketing muito bem sucedido e elogiável. Mas – em tempos de comentaristas de matérias especializados em odiar tudo – com a mesma velocidade que conseguiram baixar o álbum, vieram críticas pesadas.
Num mercado completamente diferente do qual iniciaram a carreira, os músicos e os executivos não levaram em conta que a maioria dos usuários do iTunes é muito jovem. Alguns chegaram a perguntar quem era o U2? Por que fui obrigada a tê-los em meu iPhone? Quem disse que quero isso no meu iPad?
Rapidamente a empresa fundada por Steve Jobs foi obrigada a criar uma ferramenta que apagasse o arquivo. Houve um caso hilário de uma pequena fã da cantora Selena Gomez, no Canadá, que chamou a polícia por causa do elemento estranho instalado em seu Ipod. É como se alguém reclamasse por vencer a quina, mesmo sem ter jogado, por um presente recebido.
Brincadeiras a parte, um novo mundo se vislumbra, no quase falido mercado fonográfico. Empresas podem vir a comprar discos de grandes artistas e disponibilizarem aos seus clientes, via Itunes ou outro serviço qualquer. O U2 deu o primeiro passo e mil outras ações estão por vir, é só esperar.
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